Nelson Rodrigues e a ressignificação de reacionário
Reacionário, no sentido estrito da palavra, é aquele que age em função de outra ação, ou seja, aquele que reage. Num campo mais amplo, pode ter outros significados. Para alguns, Nelson Rodrigues era um reacionário – classificavam-no como reacionário porque o julgavam ser de direita e por ser moralista -, porém, se ele era um reacionário, também era um revolucionário, haja vista que a obra dele provocava reflexões sobre os valores da sociedade. Mas, então, como conciliar ser ele reacionário e revolucionário? Ele era reacionário por se colocar contra mudanças as quais ele julgava que fossem prejudiciais. Ao mesmo tempo, ele era revolucionário, pois se colocava contrário a tudo que estava estabelecido e que ele julgava prejudicial. Mas esta não é característica de seres humanos ativos? Esta não é uma característica tanto de esquerda, como de direita? Esta não é uma característica de todas as gerações? Então, baseado nos meios utilizados para classificar Nelson Rodrigues como reacionário, pode-se concluir que todo ser humano ativo é um reacionário. Há reacionários que reagem de forma contundente e há os que reagem com menos energia e, nem por isso, menos eficiente.
É claro que existem reacionários – aqueles que agem em função de outra ação, ou seja, aqueles que reagem – que são antidemocráticos e profanadores da liberdade alheia, porém nem todos são assim. Os primeiros são classificados como reacionários por um conceito mais estrito, bem peculiar. Ao Nelson Rodrigues não cabe este conceito.
A história mostra revolucionários que se transformaram em reacionários antidemocráticos e profanadores da liberdade alheia. Portanto, é necessário muito cuidado com as classificações. É comum um adjetivo possuir diversos sentidos.
Claro que uma ajuda eficiente é sempre bem-vinda, mas Nelson Rodrigues sabia se defender muito bem. Ele demonstrou isso quando ressignificou o conceito de reacionário, aceitando, assim, para si esta classificação.
"...eu não tenho o menor escrúpulo de passar por reacionário. Me chame de reacionário. Reacionário no meu caso é reação contra tudo que não presta." (Nelson Rodrigues, em entrevista a Otto Lara Resende, vídeo)
Veja o que foi publicado em Fatos e Ângulos sobre:
Nelson Rodrigues
A obra de Nelson Rodrigues aplicada às questões da vida
Sobre minhas discordâncias e concordâncias com o pensamento de Nelson Rodrigues
Educação










Se couber como conceito de pornográfico aquele que expõe de forma franca e corajosa o que existe de pornográfico na sociedade, com o propósito de provocar reflexões, então Nelson Rodrigues poderá ser chamado de pornográfico. Caso contrário, este título, por justiça, não cabe a ele.
Nelson Rodrigues era um livre-pensador. Foi influenciado por outros escritores - até porque não há leitor que não sofra essa influência - mas ousou dar seus próprios passos e, assim, desenvolveu uma obra de característica bem peculiar.
A mentira é um artifício utilizado diante de um momento de fraqueza do indivíduo, quando ele não se sente em condição de sustentar um fato. Quando esta é usada demasiadamente temos, no mínimo, a constatação de um caso grave de problemas de caráter, de personalidade.
Há um aforismo que afirma que a vida é um belo livro e que é muito útil para quem o sabe ler. E esta leitura Nelson Rodrigues soube fazer muito bem. Fez tão bem que escreveu "a vida como ela é".
O que não falta são motivos para ler Nelson Rodrigues. Mesmo que sejam muitas e significativas as diferenças entre o leitor e o escritor, o Nelson, sim, o Rodrigues, ele e sua obra são fontes riquíssimas de temas e ideias importantes para reflexões que podem levar ao entendimento de alguns fatos a respeito do ser humano.
Vejo esta proposta como uma verdadeira aventura. Cada passo dado poderá enfrentar resistência em função da forma contundente da obra de Nelson Rodrigues e do incômodo causado por ela a aqueles que, mesmo inconscientemente, vestem a carapuça. Mesmo assim, ou por isto, esta proposta é uma aventura estimulante e prazerosa. A obra de Nelson Rodrigues retira os véus que cobrem o que o ser humano - por hipocrisia, por cinismo e por medo - prefere manter escondido.
Culposas ou dolosas, o que não falta são atitudes que mostram o quanto há de ignorância no meio da sociedade humana. Nós que somos seres dotados de sentimentos (alguns nobres e outros não) e de capacidade de raciocinar, ainda somos capazes de causar prejuízos irreparáveis ao indivíduo e à sociedade. A violência no esporte é um exemplo disso. Triste constatação.
O futebol tem passado por transformações cujos objetivos declarados podem, por um olhar superficial, ser considerados corretos. Porém, ele sofre pela influência de estranhas invenções humanas. Tais invenções o descaracterizam e o transformam em verdadeira ferramenta de produção de questionáveis dividendos econômicos e políticos. O futebol, como qualquer atividade humana, apenas espelha, como vetor resultante, a situação na qual se encontra a nossa sociedade. 













Escalar uma montanha é possível devido à solidez dela. As partes mais vulneráveis que se desprendem com facilidade e as partes radicalmente mais íngremes são caminhos mais arriscados e mais incertos.
O judô como esporte se caracteriza por valorizar a inteligência, a estratégia, a tática, a técnica e por possuir uma ética que respeita os valores humanos e a integridade física do judoca. É um esporte que cativa por tudo isso. Porém, se as mudanças das regras não tiverem uma ética que corresponda à do tatame, este esporte poderá se assemelhar a uma "máquina de fazer dinheiro". Vale lembrar uma frase atribuída a Bertolt Brecht:
"Pensa, pensa, pensa...". Esta é uma fala de Jimmy Neutron, personagem de um desenho animado de mesmo nome. E por falar em pensar, mostra-se ser um equívoco pensar que um único motivo é responsável por um acontecimento. O que dizer de tudo que aconteceu que precedeu a última atitude considerada como motivo? Despreza-se tudo que aconteceu anteriormente? Não, a última atitude é apenas a "gota d’água". É um motivo que, junto a tantos outros, causa o "transbordamento".
Viver é um ato continuo de optar por caminhos a seguir. E para dar continuidade a caminhada nesta série de posts, mais aforismos e mais imagens que mostram a diversidade de caminhos. É bom lembrar que na vida definição dos caminhos é nossa e que as consequências também nos pertencem.








As resistências que encontramos para alcançar nossos objetivos nos dão ótimas oportunidades para aprendermos. Se as encontramos em excesso, é sinal que necessitamos rever nossos conceitos. Enxergar as resistências como sendo oportunidades para aprendermos nos permite caminhar de forma bem mais agradável.
São muitos os caminhos. O que diferencia uns dos outros são os valores que os caracterizam e, por isso, alguns caminhos são menos tortuosos que outros.






















